Há muito que se conhecer do Brasil fora do eixo turístico mais famoso. Principalmente se você é da turma aventureira, que gosta de estar entre a natureza e prestigiar destinos turísticos sustentáveis. Ou seja, cidades que realizem projetos inovadores e eficazes voltados ao turismo sustentável, que podem servir como inspiração para que outros municípios adotem práticas similares.
Mas, afinal, o que é turismo sustentável?
O termo tem como base os princípios da sustentabilidade, que visa equilibrar os aspectos ambientais, econômicos e socioculturais do desenvolvimento do turismo em determinada localidade.
Trocando em miúdos, o objetivo do turismo sustentável, de acordo com a OMT – Organização Mundial do Turismo – é:
1 – Aproveitar da melhor forma os recursos ambientais que constituem um elemento chave no desenvolvimento do turismo, mantendo processos ecológicos essenciais e ajudando a conservar o património natural e a biodiversidade;
2 – Respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades anfitriãs, preservando sua herança cultural viva e construída e seus valores tradicionais, e contribuindo para a compreensão e tolerância intercultural.
3 – Garantir operações econômicas viáveis de longo prazo, fornecendo benefícios socioeconômicos a todas as partes interessadas que sejam distribuídas de forma justa, incluindo empregos estáveis e oportunidades de geração de renda e serviços sociais para as comunidades anfitriãs, e contribuindo para o alívio da pobreza.
E, claro, causar no turista um impacto positivo, despertando nele a consciência do quão importante é sua participação nesse modelo, para que ele seja bem-sucedido.
Os 100 principais destinos sustentáveis do mundo
Há sete anos, a organização sem fins lucrativos Green Destinations promove uma competição mundial para escolher 100 destinos que se destacam com práticas de turismo sustentável, a cada ano. Chamada de Sustainable Top 100, a competição usa como critério 30 tópicos de boas práticas de sustentabilidade para a indicação dos destaques. Em 2020, entre os cem eleitos, nove destinos estão em solo brasileiro. Confira abaixo:
Canguçu (RS)
Conhecida como a Capital Nacional da Agricultura Familiar, o município gaúcho, localizado na Serra dos Tapes, a 274 quilômetros de Porto Alegre, ganhou notoriedade pelo projeto Escola do Campo. Dos 56 mil habitantes de Canguçu, 63% moram em área rural, entre as mais de 14 mil propriedades rurais da região. Dentro da base curricular das escolas locais, fora incluídas matérias complementares, para fortalecer a comunidade por intermédio do conhecimento. Como, por exemplo, uso consciente dos recursos naturais, gestão de resíduos empreendedorismo e turismo rural.
Rolante (RS)
Com apenas 21 mil habitantes, Rolante é conhecida como a Capital Nacional da Cuca, graças a forte influência dos colonizadores alemães em sua cultura e gastronomia, algo que permanece até os dias atuais. A simpática cidadezinha gaúcha do Vale do Paranhana oferece inúmeros atrativos para os adeptos do turismo de aventura. Montanhas, rios e cachoeiras proporcionam passeios entre a Mata Atlântica abundante da região. Recentemente, as autoridades locais passaram a desenvolver um programa de incentivo ao cicloturismo como alternativa para fortalecer o turismo sustentável na região.
Forquilhinha (SC)
A cidade catarinense, que expressa em seus costumes, gastronomia e arquitetura a tradição germânica de sua colonização, investe fortemente em programas de separação de lixo e reciclagem de resíduos, formando um verdadeiro exército de coletores de materiais recicláveis para a cidade. Através dessa ação e do fortalecimento das atividades culturais da cidade, Forquilhinha ganhou destaque na competição da Green Destinations.
Gaspar (SC)
Assim que percebeu o crescimento de visitantes que buscavam as áreas mais rurais do município, a cidade catarinense de Gaspar – conhecida como Coração do Vale (do Itajaí) – passou a investir em infraestrutura sustentável para atender a demanda turística. Há opções de lazer para todas as idades, desde as piscinas e tobogãs dos parques aquáticos da cidade até a prática de parapente. Na cidade, prédios históricos seguem em bom estado de conservação, como a Igreja Matriz São Pedro Apóstolo, construída em estilo gótico, o cartão postal da cidade.
Rio Negrinho (SC)
Desde 2017, Rio Negrinho é signatária dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Ao lado de 4 municípios vizinhos, articula parcerias entre os setores público e privado para desenvolver as rotas turísticas da região. Entre elas, destaque para o passeio “Trem da Serra do Mar”, realizado na locomotiva a vapor Maria Fumaça que corta a Mata Atlântica pelas estradas de ferro da região, e ao Circuito das Araucárias de Cicloturismo.
Schroeder (SC)
Parnamirim (RN)
Saindo do sul direto para o nordeste do país. Famosa pelas belas praias, como Pirangi do Norte e a Praia do Cotovelo, Parnamirim ganhou relevância por outro motivo: a construção do Centro Cultural Trampolim da Vitória, ocupando o espaço do antigo aeroporto Augusto Severo. Inaugurado e fevereiro de 2020, o espaço que visa resgatar a participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial conta com pavilhão de exposições, mostras temáticas e exposição de aviões usados na época do conflito mundial.
São Miguel do Gostoso (RN)
Também em terra potiguar, está o município conhecido como “esquina do mundo”. As praias paradisíacas de águas mornas do litoral norte do estado atraem praticantes de windsurfe e kitesurfe do mundo todo. O lugarejo almeja voos ousados: planeja ser o destino turístico mais sustentável do nordeste brasileiro. Desde o início de 2019, cria políticas públicas que viabilizem o objetivo de incluir as comunidades locais no plano de desenvolvimento sustentável da região.
Tibau do Sul (RN)
Conheça aqui todas as cidades do mundo campeãs da edição 2020 da Sustainable Top 100.
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