Quem tem animais de estimação sabe que viajar é uma tarefa normalmente um pouco mais complicada. Nem sempre temos com quem deixá-los, e hotéis específicos para os pets podem ser bem caros. E aí fica a pergunta: como transportar um cachorro em viagem, certo?
A boa notícia é que, embora as pessoas possam achar o procedimento muito complicado ou sequer saber que ele existe, é completamente possível levar o seu bichinho para aproveitar as férias com você e sua família.
Se a sua viagem for de ônibus, saiba que algumas viações oferecem esse tipo de serviço, basta prestar atenção nos documentos e cuidados básicos para tornar o transporte do seu amigo de quatro patas uma experiência positiva! Neste artigo, vamos apresentar as principais regras a respeito do assunto. Boa leitura!
Planeje-se bem para viajar de ônibus com cachorro
Antes de comprar suas passagens, pesquise as empresas que fazem o trecho para o destino desejado. Em seguida, entre em contato via e-mail ou telefone com essas companhias de deslocamento rodoviário e pergunte se o transporte de animais é permitido.
Avalie também se a estrutura necessária está presente no serviço, como a existência de um espaço com iluminação e boa ventilação, caso não seja possível levar seu companheiro no assento com você.
Aproveite para perguntar sobre as exigências da empresa. Além das obrigações provenientes da legislação, cada viação tem seu próprio regimento interno e pode solicitar documentos e acessórios específicos para o transporte.
Outro fator importante a ser considerado é que, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o número máximo de animais permitido por coletivo são dois. Portanto, você deve agendar o transporte do seu animalzinho com antecedência.
Descubra quais são os documentos necessários
Se você decidiu viajar com o seu cachorro, chegou o momento de entender como fazer para transportá-lo. Ainda não existe uma legislação federal que discorra sobre o assunto, ou seja, as regras podem variar de acordo com cada estado.
Entretanto, alguns princípios são balizados pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como é o caso dos artigos 235 e 252 que proíbem o transporte de animais nas pernas, braços, à esquerda e soltos na parte interna ou externa do veículo, sendo punível como multa e pontos na carteira. Já a ANTT determina alguns direitos e deveres básicos no transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.
Por essa razão, antes de embarcar, é preciso verificar qual a legislação aplicável no seu estado para não ter nenhuma dor de cabeça.
Em São Paulo, você pode encontrar as regras na Portaria nº 15 da ARTESP. Enquanto na Paraíba, entrou em vigor em 2018 a Lei Totty, após um cachorro morrer ao viajar 440 km no bagageiro de um ônibus no sertão da região.
Assim, percebemos que as regulamentações às vezes podem parecer chatas, mas são essenciais para garantir a segurança tanto dos passageiros quanto dos bichinhos.
Alguns dos documentos que são sempre exigidos é a carteira de vacinação, que deve ser levada com você ao viajar de ônibus com cachorro ou gato. Ela serve para comprovar que o animal está com a imunização em dia. A antirrábica, por exemplo, é obrigatória para cães e gatos com mais de três meses de vida. Toda vacinação deve ser feita, pelo menos, 30 dias antes da data da viagem.
É importante lembrar ainda que, se o seu bichinho tiver menos de 90 dias, não compensa expô-lo ao estresse do trajeto. Isso pode comprometer sua saúde e acabar estragando seu passeio. É melhor esperar que ele cresça mais um pouco antes de tirá-lo de casa.
De acordo com as orientações encontradas na Instrução Normativa nº 18/2006 do Ministério da Agricultura, outro registro compulsório é o atestado sanitário para o transporte de animais. Ele deve ser emitido com até três dias antes da viagem por um médico veterinário que tenha registro no conselho regional da classe. No caso de viagens internacionais, também é necessário apresentar um Certificado Zoossanitário Internacional, que tem validade de oito dias.
Considere o tamanho do seu pet
Muitas vezes, na ansiedade de se deslocar de ônibus com cachorro, é comum se esquecer de buscar informações a respeito do enquadramento do bichinho nos padrões de peso e tamanho permitidos. E, como dissemos, as agências seguem as regulamentações vigentes. Portanto, não esqueça de sempre perguntar previamente.
Conforme as disposições, apenas os animais de pequeno e médio porte podem ser transportados. Isso quer dizer que, por mais manso e doce que seja o seu amigo de quatro patas, caso você não preste atenção nisso, é provável que seja impedido de embarcar.
Saiba como transportar corretamente seu animal
De posse da documentação obrigatória, é hora de providenciar uma caixa de translado para o seu animal. Nesse ponto também vale a pena se informar junto à empresa rodoviária responsável quais são as exigências da companhia sobre o assunto.
Como dito anteriormente, não há uma legislação federal que disserta sobre o tema, logo, as regras podem variar. Porém, o tamanho padrão da caixa transportadora é em torno de 20 cm de largura x 25 cm de altura x 40 cm de comprimento. Obviamente, é preciso analisar o tamanho do seu companheiro para saber se ele estará confortável.
Para escolher o melhor abrigo, leve em consideração a possibilidade do pet conseguir tanto ficar em pé quanto sentado, e ainda dar uma volta em torno de si mesmo tranquilamente. Além disso, também deve ser verificado o material do produto, que deve ser resistente, sem saliências.
Nos casos em que a soma do peso do animalzinho junto com a caixa não ultrapasse 10 kg, geralmente é possível levá-lo na cabine de passageiros. Nessa situação, compre a poltrona ao seu lado e acomode seu amigo confortavelmente, aproveitando a sua companhia durante o trajeto. Lembrando que em estados como São Paulo, é imposto por lei adquirir um assento adicional, uma vez que o transporte no bagageiro ou corredor é proibido.
Entenda quais animais podem ser transportados
Quem possui outros pets além de cães e gatos, deve consultar a legislação e as especificidades de cada espécie. Animais de grande porte não são permitidos e, em alguns casos, é indispensável o uso de focinheira. Os que se enquadram nesse último caso, ademais dos documentos tradicionais, devem levar um Guia de Trânsito Animal que os postos autorizados do Ministério da Agricultura costumam fornecer. É importante também estar em posse de um atestado de saúde.
Para transportar bichos silvestres, ainda é fundamental ter uma autorização do IBAMA. A Resolução nº 1383/2016 da ANTT permite a recusa compulsória do embarque ou o desembarque de passageiros que tentarem levar animais domésticos ou silvestres sem o devido acondicionamento ou sem respeitar as disposições legais.
O contrabando de espécies selvagens é crime. Por isso, se você não fornecer todos os documentos e licenças necessários, pode acabar em uma situação bastante complicada.
Organize o seu orçamento
Não basta apenas saber como acomodar o seu cachorro na viagem, é preciso também organizar o seu orçamento e saber quanto custa levar o seu amigo de quatro patas com você em suas aventuras.
O primeiro passo é buscar as companhias rodoviárias que operam no trajeto que você pretende fazer. Após isso, entre em contato com cada uma delas para conhecer os requisitos que podem variar em razão das regras de cada estado. Conforme descrito acima, em São Paulo, é obrigatório comprar um assento, uma vez que qualquer outra forma de transporte é proibida.
Outro item que não pode ser desconsiderado diz respeito à hospedagem. Se você estiver viajando de férias, é inevitável buscar por hotéis, albergues ou pousadas que sejam pet friendly, ou seja, que aceitam o seu companheiro e, ainda assim, é fundamental verificar se há algum custo adicional ou se regras são aplicadas para ele.
Não deixe de consultar seu veterinário
Se você nunca viajou com seu animal de estimação, ou então sabe que ele costuma reagir mal aos transportes, compensa conversar com seu veterinário habitual. Além de fornecer as vacinas e licenças, ele conhece bastante sobre seu companheiro.
Sendo assim, em algumas ocasiões, o profissional pode receitar um medicamento para deixar seu pet mais tranquilo ou evitar que ele sofra de indisposição ou incômodo no decorrer do percurso.
Algumas agências exigem que o animal faça o deslocamento sedado, por exemplo. Dessa forma, é imprescindível a orientação de alguém especializado para que o seu amigão não seja exposto desnecessariamente a nenhum risco.
Igualmente, o veterinário vai orientar você sobre a alimentação e os cuidados indispensáveis durante o passeio. Desse modo, a viagem vai ser boa tanto para você quanto para o seu amado bichinho.
Passear de ônibus com cachorro e outros animais pode ser uma experiência bastante agradável e simples. Especialmente se você estará sem uma companhia humana, seu pet pode ser uma excelente maneira de não se sentir solitário.
Basta que você se planeje com antecedência, fique atento às regras e se certifique de que o bicho se enquadra nos pré-requisitos, e está com a documentação em dia.
Vale lembrar que nenhuma dessas dicas serve para o cão-guia. Esse tipo de acompanhante pode estar ao lado de seu tutor em qualquer transporte.
Agora que você já sabe como transportar os cachorros pela estrada, é hora de começar a organizar o roteiro da sua próxima aventura, que contará com a companhia do seu melhor amigo. Certamente, a felicidade estará garantida!
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